Perfis
de liderança e mediação de conflitos: Relações de poder, relações humanas na
escola e aspectos éticos
Curso de
Especialização em Gestão e Avaliação da Educação Pública
UPE - Universidade de
Pernambuco
Leonarda Carvalho de
Macedo
“A tragédia começa quando os dois lados acham que têm razão”.
Shakespeare
A escola
"cresceu" e com isso cresceram
também os desafios a serem superados. O
que era antes um ambiente mais homogênio passa a "abrigar"
crianças/adolescentes/jovens de diversas
culturas, hábitos e educação familiar diferentes. Todavia, nossas escolas e
nós, os professores, não estamos preparados para lidar/mediar conflitos. As escolas
foram "projetadas" para alunos
ideais, assim como o professor planeja para o aluno "perfeito",
aquele que vem para escola , fica sentado ouvindo tudo o que o professor lhe
disser e o gestor por sua vez, só "prosperaria"
se tivesse sob sua responsabilidade
alunos e professores "desejáveis".
Não há o que se fazer
senão projetar ações que superem as divergências dentro das escolas geradas pela imaturidade dos atores.
E talvez isto justifique as políticas por uma cultura de paz nas escolas, a
evidência dos direitos humanos, a proposta de mediadores para conflitos. Os alunos são vítimas por
mais que sintamos o contrário, eles são vítimas do modo pelo qual estão sendo
educados em casa, no seio da família.
"Pode-se
perceber que o problema é causado por terceiros. A família se desestruturou, os
alunos são faltosos, a direção deve tomar providências mais duras, alunos
problemáticos devem ser expulsos etc., caracterizando um movimento projetivo de
culpabilidade não se quer culpar ninguém, mas é certo que a criança e o jovem
são aqueles que menos participação têm no fato violento visto que, mesmo quando
promovem a violência, são eles próprios vítimas da mesma violência."(CHRISPINO, Alvaro e DUSI , Miriam Lucia Herrera
Masotti).
Com
isto, fica claro que estamos agindo errado, mais que isto, promovemos violência
mesmo que de modo inconsciente, mesmo querendo acertar, rotulamos nossos
alunos, não enxergamos os conflitos de modo imparcial, somos tendenciosos.
Contudo,
queremos acertar, mesmo sem saber como, mesmo sem sermos formados para isso.
Sentamos, nos reunimos, discutimos, projetamos, planejamos e executamos
projetos de pequeno porte, que embora não surta efeito em 100% constatamos algum sucesso. Daí a certeza que
mesmo de modo mais intenso, laborioso para o professor e demais membros é
possível associar esta responsabilidade ao trabalho pedagógico.
Para
tanto, CHRISPINO, Alvaro e DUSI , Miriam Lucia Herrera Masotti sugerem:
1) Admitir que os conflitos destrutivos estão fora de
controle.
2) Elaborar um programa de prevenção da violência.
3) Converter-se em uma organização que valoriza o
conflito.
4) Elaborar um programa de resolução de conflito
• criar um contexto cooperativo;
• desenvolver treinamento em resolução de conflito e de
mediação
escolar que ensinem aos alunos a negociar e mediar, e aos
professores
a arbitrar; e,
• aplicar a controvérsia programada para melhorar o
ensino.
O que ocorre geralmente é a escola correr
atrás de soluções para problemas, ou seja, espera-se que o indesejado aconteça
para poder atalhar futuras situações e
isso acontece de modo que abrange todos e não somente os envolvidos. Não que
não devamos envolver todos os atores escolares, mas se sinto uma dor no pé, não
posso passar pomada na orelha. Neste sentido, quando o conflito ocorre entre
determinadas pessoas, estas, juntas dos mediadores são fundamentais para
acareação e solução.
A escola
deve trabalhar com o preventivo, é preferível prevenir o incêndio à apagar o
fogo. Sugere-se trabalhar com mais afinco e desde o início da vida escolar a
formação de identidades éticas. Esta prevenção a qual se refere não acanha
supostos conflitos, pelo contrário, instrui-se a lidar com eles. Não há mérito
em conviver pacificamente com alguém que amamos, afinal, gostamos de estar
perto das pessoas as quais admiramos. A boa ética consiste em conviver com o diferente de nós, do que
desejamos e conseguirmos manter uma postura respeitosa, onde haja ausência de
violência, bullying ou qualquer outro
tipo de ofensa.
Trabalhar
com métodos preventivos não implica na
ausência dos conflitos, todavia, torna-a mais preparada, com certeza.
Para
mediar tal situação é necessário identificar o nascedouro do problema e
enfrentá-lo de frente, não há de ser paliado mas resolvido e para isto deve
haver dedicação, imparcialidade e vontade. Os mediadores não podem ser qualquer
um e devem ter características específicas, tais como :
Ø Ser bom ouvinte;
Ø Ser capaz de estabelecer um diálogo;
Ø Ser sociável;
Ø Imparcial;
Ø Ter cuidado com as palavras;
Ø Ter uma postura educativa;
Ø Trabalhar com o paradigma da
responsabilização;
REFERÊNCIAS
O Perfil Do Mediador De
Conflitos Na Escola http://gestaoescolar.abril.com.br/comunidade/perfil-mediador-conflitos-escola-750645.shtml , consultado em 02/06/2014
A Gestão Escola e a Mediação dos Conflitos na
Escola http://blogdowashingtondourado.wordpress.com/2013/01/24/a-gestao-escolar-e-a-mediacao-dos-conflitos-na-escola/,
consultado em 02/06/2014
Uma proposta de Modelagem de Política Pública
para a Redução da Violência Escolar e Promoção da Cultura de Paz http://www.scielo.br/pdf/ensaio/v16n61/v16n61a07.pdf
A Escola pode Prevenir Conflitos https://www.youtube.com/watch?v=_dmFKoV5x6k
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