A contribuição de Dewey e os caminhos já percorridos e registrados
na história da educação.
Leonarda
carvalho de Macedo
A educação é
um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a
própria vida.
John Dewey
Há
anos, dezenas e dezenas de anos falando sobre
educação, sobre os direitos de tê-la , sobre os direitos de usufruir dos
direitos de ser cidadão... Um pouco complexo, não ? - Não !
Não
vamos aqui fantasiar, dizer que nos dias
de hoje tem sido fácil, bem como antigamente, está numa sala de aula repleta de
vários mundos, vontades e anseios. Outrora os privilegiados tinham perfis
diferentes, aulas diferentes .... cada qual de acordo com sua posição
financeira, como algo predestinado...
como castrar do outro o direito de sonhar, de buscar mais.
Partamos
agora para atualidade, reconhecendo o vasto caminho pedregoso percorrido até
aqui, agradecendo inclusive aos vários estudiosos, teóricos/práticos que se
expuseram diante de uma sociedade egoísta que insistia ( e insiste até hoje )
em banalizar a qualidade da educação e
ensino oferecidos.
Os
tempos mudaram, claro. Mas e os problemas enfrentados na e para educação,
cessaram , diminuíram, mudaram ou continuam os mesmos?
"Novos tempos, velhos problemas",
(Freire, Ed. UNESP- Coletânea de textos) . É fato que muitos já estão
desalienados , a prova disso ( em parte ) é o que temos visto acontecer no
Brasil, impeachment de Collor, cassação de políticos
"menores", protestos nas ruas, etc. ( vale lembrar das exceções ,
protestos sim, vandalismos NÃO ! )
É sabido do inacabamento , inclusive
de educadores e educandos, porém alguns educadores insistem em permanecerem
inertes as mudanças de dezenas de anos atrás.
Tão bom divertir-se, fazer algo que
se goste de fazer ... Posso então "culpar" professores que estão no ofício por imposição do destino, falta de
recursos para cursar outras faculdades;
a família que desordenadamente aumentam
seu clã por ignorância ou movidos
pelos programas de governo, que servem EXTAMENTE para aumentar o comodismo dos
alienados.... Mesmo sendo fácil culpar o outro, e bem mais cômodo inclusive,
não os culparei, pelo contrário, divido com todos a responsabilidade de sermos
melhores em todos os aspectos, âmbitos e repartições.
Tudo quanto seja possível para
alavancar a aprendizagem existe escrito, registrado fotografado e
principalmente experimentado por educadores, pessoas simples e grandes
teóricos/práticos que investigaram incessantemente e atuaram para superar a
alienação da massa imposta pelos governantes, administradores e quiçá
controladores da evolução humana.
O que carecemos é de vontade
própria, incentivos governamentais e contribuição ativa da família. Por tudo em
prática é um tanto complexo, porém não impossível, basta incentivarmos os
envolvidos e não fraquejarmos diante do fracasso de um dos atores, pelo
contrário, suprir a falta do outro sem apontar culpados,contornar a carência
exposta, seja através da violência em sala de aula, inquietude, desrespeito com
coleguinhas ou professores. Fazer o certo, o que deve ser feito ! Educar para
vida efetivamente vai além de está todos os dias numa sala de aula, educar para
a vida é viver em constante transformação, adaptação. Educar para vida
significa acreditar na causa educacional apesar de tantos impasses, é ver,
entender e respeitar cada aluno como ser único, capaz de aprender, evoluir e
melhorar mesmo tendo em casa um turbilhão de motivos que o tentem impedi-lo e afastá-lo do sucesso.
Ser educador é felicitar-se com o
progresso de um único aluno sequer numa sala de aula repleta de vidas sedentas
de melhorias, sem ao menos saber dizer o que querem , a que vieram.
JONH DEWEY ....
"A meta da vida não é a perfeição, mas o eterno processo de
aperfeiçoamento, amadurecimento, refinamento."
John
Dewey nasceu em 1859 em Burlington. Na escola, teve uma educação
desinteressante e desestimulante, o que foi compensado pela formação que
recebeu em casa. Ainda criança, via sua mãe confiar aos filhos pequenas tarefas
para despertar o senso de responsabilidade.
Seu
interesse por pedagogia nasceu da observação de que a escola de seu tempo
continuava, em grande parte, orientada por valores tradicionais, e não havia
incorporado as descobertas da psicologia, nem acompanhara os avanços políticos
e sociais. Fiel à causa democrática, ele participou de vários movimentos
sociais. Criou uma universidade-exílio para acolher estudantes perseguidos em
países de regime totalitário. Morreu em 1952, aos 93 anos.
Constatamos
então, um caso em que a família supre a "falta" da Escola, ou
seja, ambiente pacífico repleto de
confiança e educabilidade, é o perfil que a família tem de ter para tornar de
fato suas crianças adultos autônomos.
Entende-se
que desde sempre existam escolas e família ausentes, alunos desinteressados e
interessados, alunos sedentos de aprendizagem , outros não , um não pode
justificar o fracasso do outro, porém, duas instituições falidas e dependentes
uma da outra e somente sairão da ruína se
juntos ficarem .
Devemos
considerar sempre as exceções, posto que Dewey é uma exceção ! Ele tinha em
casa o suficiente para as duas
instituições, tanto é que não foi
insensível a mudança educacional escolar , pelo contrário, o que lhe faltou na
escola durante a infância , proporcionou a outros pequeninos através de suas
pesquisas , experimentos e sugestões à prática pedagógica. Enquanto criança, e
como qualquer criança , incomodava-lhe a monotonia dos tempos da educação
tradicional isso lhe impulsionou a
contribuir com o progresso da instituição escolar.
A
corrente de Dewey , denominada
Progressiva tinha como principais objetivos é educar a criança como um todo. O
que importa é o desenvolvimento/crescimento
físico, emocional e intelectual.
Defende-se
a ideia de aprender fazendo, instigando a criança a ser capaz de desvendar
desafios, claro que orientados por seus mestres. Um método pragmático,
instrumental, onde a criança é respeita e vista como protagonista da
aprendizagem.
Dewey,
considerado pai do pragmatismo, defende o princípio de que os alunos aprendem melhor
realizando tarefas associadas aos conteúdos dados. Atividades práticas e
criativas ganham destaque, enriquecem o
currículo e estimulam os pequenos para buscar suas próprias descobertas.
Dewey
foi um dos pioneiros em destacar a capacidade de pensar dos alunos. Ele
acreditava que para o processo educativo é necessário comunicação, troca de
ideias, sentimentos e experiências sobre situações práticas do dia-a-dia.
Defendeu que a escola tem de ser um espaço democrático, um lugar onde as
pessoas se encontrem para educar e serem educadas.
Embora
de modo criativo, a escola não pode fantasiar, pelo contrário, "afinal, as
crianças não estão em dado momento, sendo preparadas para a vida e, em outro vivendo"
(Dewey).
A experiência educativa é,
para Dewey, reflexiva, resultando em novos conhecimentos. Deve seguir alguns
pontos essenciais: que o aluno esteja numa verdadeira situação de
experimentação, que a atividade o interesse, que haja um problema a resolver,
que ele possua os conhecimentos para agir diante da situação e que tenha a
chance de testar suas ideias. Reflexão e ação devem estar ligadas, são parte de
um todo indivisível. Dewey acreditava que só a inteligência dá ao homem a
capacidade de modificar o ambiente a seu redor.
Ocorre
então que desde os primórdios vivemos na
peleja para alavancarmos a educação, contudo
temos de lidar com os pseudos discípulos de generosos pensadores que
tudo deram de si para contribuir com democracia educacional e embora muito
tenham nos ensinado ainda há quem
resista em inovar sua prática de modo a acreditar na potencialidades dos seu
alunos, insistindo em práticas arcaicas, cansativas e enfadonhas para ambas as
partes.
Todos
nós enquanto educadores que somos, temos de reivindicar por melhoria, que seja
salarial, condições de trabalho e afins, porém não podemos jamais por em cheque
a nossa contribuição positiva para a vida de quaisquer um que passe por nós,
por nossas mãos.
Referências Bibliográficas
MACEDO,
L. C.
DEWEY,
John. Experiência e educação. 3 Ed. São Paulo: Ed. Nacional, 1979
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