terça-feira, 22 de outubro de 2013

A contribuição de Dewey e os caminhos já percorridos e registrados na história da educação.



A contribuição de Dewey e os caminhos já percorridos e registrados na história da educação.
Leonarda carvalho de Macedo

A educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida.
John Dewey
            Há anos, dezenas e dezenas de anos falando sobre  educação, sobre os direitos de tê-la , sobre os direitos de usufruir dos direitos de ser cidadão... Um pouco complexo, não ? - Não !
            Não vamos aqui fantasiar, dizer que  nos dias de hoje tem sido fácil, bem como antigamente, está numa sala de aula repleta de vários mundos, vontades e anseios. Outrora os privilegiados tinham perfis diferentes, aulas diferentes .... cada qual de acordo com sua posição financeira, como algo predestinado...  como castrar do outro o direito de sonhar, de buscar mais.
            Partamos agora para atualidade, reconhecendo o vasto caminho pedregoso percorrido até aqui, agradecendo inclusive aos vários estudiosos, teóricos/práticos que se expuseram diante de uma sociedade egoísta que insistia ( e insiste até hoje ) em banalizar a qualidade da  educação e ensino oferecidos.
            Os tempos mudaram, claro. Mas e os problemas enfrentados na e para educação, cessaram , diminuíram, mudaram ou continuam os mesmos?
            "Novos tempos, velhos problemas", (Freire, Ed. UNESP- Coletânea de textos) . É fato que muitos já estão desalienados , a prova disso ( em parte ) é o que temos visto acontecer no Brasil,  impeachment de Collor, cassação de políticos "menores", protestos nas ruas, etc. ( vale lembrar das exceções , protestos sim, vandalismos NÃO ! )
            É sabido do inacabamento , inclusive de educadores e educandos, porém alguns educadores insistem em permanecerem inertes as mudanças de dezenas de anos atrás.
            Tão bom divertir-se, fazer algo que se goste de fazer ... Posso então "culpar"  professores que estão  no ofício por imposição do destino, falta de recursos para cursar outras  faculdades; a família que desordenadamente aumentam  seu clã  por ignorância ou movidos pelos programas de governo, que servem EXTAMENTE para aumentar o comodismo dos alienados.... Mesmo sendo fácil culpar o outro, e bem mais cômodo inclusive, não os culparei, pelo contrário, divido com todos a responsabilidade de sermos melhores em todos os aspectos, âmbitos e repartições.
            Tudo quanto seja possível para alavancar a aprendizagem existe escrito, registrado fotografado e principalmente experimentado por educadores, pessoas simples e grandes teóricos/práticos que investigaram incessantemente e atuaram para superar a alienação da massa imposta pelos governantes, administradores e quiçá controladores da evolução humana.
            O que carecemos é de vontade própria, incentivos governamentais e contribuição ativa da família. Por tudo em prática é um tanto complexo, porém não impossível, basta incentivarmos os envolvidos e não fraquejarmos diante do fracasso de um dos atores, pelo contrário, suprir a falta do outro sem apontar culpados,contornar a carência exposta, seja através da violência em sala de aula, inquietude, desrespeito com coleguinhas ou professores. Fazer o certo, o que deve ser feito ! Educar para vida efetivamente vai além de está todos os dias numa sala de aula, educar para a vida é viver em constante transformação, adaptação. Educar para vida significa acreditar na causa educacional apesar de tantos impasses, é ver, entender e respeitar cada aluno como ser único, capaz de aprender, evoluir e melhorar mesmo tendo em casa um turbilhão de motivos que o tentem impedi-lo e  afastá-lo do sucesso.
            Ser educador é felicitar-se com o progresso de um único aluno sequer numa sala de aula repleta de vidas sedentas de melhorias, sem ao menos saber dizer o que querem , a que vieram.
           
            JONH  DEWEY ....
"A meta da vida não é a perfeição, mas o eterno processo de aperfeiçoamento, amadurecimento, refinamento." 

            John Dewey nasceu em 1859 em Burlington. Na escola, teve uma educação desinteressante e desestimulante, o que foi compensado pela formação que recebeu em casa. Ainda criança, via sua mãe confiar aos filhos pequenas tarefas para despertar o senso de responsabilidade.

            Seu interesse por pedagogia nasceu da observação de que a escola de seu tempo continuava, em grande parte, orientada por valores tradicionais, e não havia incorporado as descobertas da psicologia, nem acompanhara os avanços políticos e sociais. Fiel à causa democrática, ele participou de vários movimentos sociais. Criou uma universidade-exílio para acolher estudantes perseguidos em países de regime totalitário. Morreu em 1952, aos 93 anos. 
            Constatamos então, um caso em que a família supre a "falta" da Escola, ou seja,  ambiente pacífico repleto de confiança e educabilidade, é o perfil que a família tem de ter para tornar de fato suas crianças  adultos autônomos.
            Entende-se que desde sempre existam escolas e família ausentes, alunos desinteressados e interessados, alunos sedentos de aprendizagem , outros não , um não pode justificar o fracasso do outro, porém, duas instituições falidas e dependentes uma da outra  e somente sairão da ruína se juntos ficarem .
            Devemos considerar sempre as exceções, posto que Dewey é uma exceção ! Ele tinha em casa o suficiente para  as duas instituições, tanto é que  não foi insensível a mudança educacional escolar , pelo contrário, o que lhe faltou na escola durante a infância , proporcionou a outros pequeninos através de suas pesquisas , experimentos e sugestões à prática pedagógica. Enquanto criança, e como qualquer criança , incomodava-lhe a monotonia dos tempos da educação tradicional isso lhe impulsionou  a contribuir com o progresso da instituição escolar.
            A corrente de Dewey ,  denominada Progressiva tinha como principais objetivos é educar a criança como um todo. O que importa é o desenvolvimento/crescimento  físico, emocional e intelectual.
            Defende-se a ideia de aprender fazendo, instigando a criança a ser capaz  de desvendar  desafios, claro que orientados por seus mestres. Um método pragmático, instrumental, onde a criança é respeita e vista como protagonista da aprendizagem.
            Dewey, considerado pai do pragmatismo, defende o princípio de que os alunos aprendem melhor realizando tarefas associadas aos conteúdos dados. Atividades práticas e criativas ganham destaque,  enriquecem o currículo e estimulam os pequenos para buscar suas próprias descobertas.
            Dewey foi um dos pioneiros em destacar a capacidade de pensar dos alunos. Ele acreditava que para o processo educativo é necessário comunicação, troca de ideias, sentimentos e experiências sobre situações práticas do dia-a-dia. Defendeu que a escola tem de ser um espaço democrático, um lugar onde as pessoas se encontrem para educar e serem educadas.
            Embora de modo criativo, a escola não pode fantasiar, pelo contrário, "afinal, as crianças não estão em dado momento, sendo preparadas para a vida e, em outro vivendo" (Dewey).
            A experiência educativa é, para Dewey, reflexiva, resultando em novos conhecimentos. Deve seguir alguns pontos essenciais: que o aluno esteja numa verdadeira situação de experimentação, que a atividade o interesse, que haja um problema a resolver, que ele possua os conhecimentos para agir diante da situação e que tenha a chance de testar suas ideias. Reflexão e ação devem estar ligadas, são parte de um todo indivisível. Dewey acreditava que só a inteligência dá ao homem a capacidade de modificar o ambiente a seu redor.
            Ocorre então que desde os primórdios  vivemos na peleja para alavancarmos a educação, contudo  temos de lidar com os pseudos discípulos de generosos pensadores que tudo deram de si para contribuir com democracia educacional e embora muito tenham nos  ensinado ainda há quem resista em inovar sua prática de modo a acreditar na potencialidades dos seu alunos, insistindo em práticas arcaicas, cansativas e enfadonhas para ambas as partes.
            Todos nós enquanto educadores que somos, temos de reivindicar por melhoria, que seja salarial, condições de trabalho e afins, porém não podemos jamais por em cheque a nossa contribuição positiva para a vida de quaisquer um que passe por nós, por nossas mãos.
            Referências Bibliográficas
MACEDO, L. C.


DEWEY, John. Experiência e educação. 3 Ed. São Paulo: Ed. Nacional, 1979

Nenhum comentário:

Postar um comentário